segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mudanças na zona do Euro II

E como aumentar a produtividade de um país??

Até o começo de séc XX, a resposta era muito fácil. Era só não fazer nada! A escassez de dinheiro aumentava seu valor, gerando uma deflação nos produtos e salários que torna os produtos do país em recessão mais baratos.

Em algum ponto da década de 30 e 40, tivemos um fenômeno duplo: fiduciarização da moeda (que deixa de ser medida em metais preciosos) e uma grande "conquista" dos trabalhadores: a irredutibilidade dos salários. Difícil dizer quem nasceu primeiro.

A lei da irredutibilidade dos salários, no entanto, não revogou a lei do mercado. Em épocas de recessão, se torna necessário um barateamento de custos. E como fazer isso com salários nominalmente estáveis? Através de inflação!!

Salários nominais estáveis + inflação = deflação.


Até surgir a união européia. Portugal, Espanha, Grécia, e outros precisam baratear seus salários. Mas com moeda única, e o banco central dominado pela Alemanha, as chances de inflação sao pequenas. O que acontece nessa situação? Desemprego! Desemprego na Espanha chega aos 20%, simplesmente porque os salarios nao podem cair.

Como disse o Paul Krugman no blog dele (e pela primeira vez concordei com ele), há um elefante branco na sala, e ninguem fala dele.

OS SALARIOS DOS PAISES DO SUL DO EURO PRECISAM CAIR MAIS DE 20%!!

Enquanto isso não acontecer, desemprego na casa dos dois dígitos, deficit na casa de dois digitos, e recuperacao q eh bom, nada.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mudanças na zona Euro

Oi pessoal, long time no see

Hoje vou divagar um pouco sobre os acontecimentos na zona Euro. Pisaram e queimaram o tratado de Maastricht. Nessa convenção foram firmadas diretrizes fiscais que culminaram com a criação do Euro.

Desde então, os países do Sul, católicos e assistencialistas, aproveitaram-se dos baixos juros para endividar-se, enquanto os países do Norte, protestantes e conservadores, pouparam.

Pois bem. 10 anos depois, os países do sul não conseguiram manter seu deficit no limite de 3%, o que levou a uma alta nos spreads em relação aos títulos alemães, mais seguros. Todo mundo escondeu o elefante na sala. Uma política monetária única e políticas fiscais diferentes deram esse impasse.

1) De um lado, os países do sul, gastadores e assistencialistas, recebem inumeros beneficios do governo, de modo que nao trabalham tao arduamente assim.

2) De outro, pessoas conservadoras e poupadoras veem seus bancos ameaçados pelos pródigos do sul. Sim, porque para cada poupador há um gastador, e as poupanças alemas estão lastreadas em adivinha o que? Títulos dos PIIGS.

O tratado de Maastricht previa uma clausula de nao intervenção. Foi jogada no lixo. O que fazer? Vamos as hipóteses:

1) Países devedores e com menos competitividade saem do euro.

Isso nunca foi antes. Você deixaria seus euros em um banco da grécia se ela anunciasse isso? Péssimo para a Grécia, péssimo para quem possuía títulos gregos.

2) O Banco Central Europeu ignora tudo o que já foi combinado sobre essa instituição, e comeca a imprimir dinheiro (como se imprimir dinheiro gerasse riqueza).

Pois bem, foi isso o que foi feito. 1 trilhao de euros, se materializaram no mundo, e serão emprestados a esses países. Esse dinheiro aliviará por uns meses, ou anos, o probolema europeu. O problema é que 1 trilhao de dolares acaba. E ele vai gerar uma inflação no futuro.

Foi feito um paliativono primeiro problema (paises devedores). Os efeitos da inflacao nao serao sentidos agora, só no futuro. Um remendo que durara anos incolume. Os europeus salvaram o mundo. Deram uma pedra de crack a um viciado em crise de abstinencia, e curou toda a febre que ele sentia.

Mais ou menos como os Eua fizeram comprando trilhoes em titulos hipotecarios.
Mais ou menos como o UK fez comprando centenas de bilhos de pounds.

A União Europeia, depois dessa, virou mais uniao ainda. Se parece mais com uma federação, à maneira do brasil e de seus estados, do que uma confederação de países.

Continuando, problema 1: Países endividados.

Á custo de inflação, retardamos esses problemas um pouquinho. Agora teremos que ver se as famosas medidas de austeridade vao dar certo. Como sumir com um deficit de 13% num pais democratico de governo socialista? Vamos a uma comparação no Brasil.

Reduzir o orçamento Federal em 13% do PIB implicaria cortar 184,99 bilhoes de reais do orçamento, ou:

TODO o dinheiro gasto com pessoal (inativos e inativos) (5,0%%)
TODO o gasto com Saúde (1,7%)
Todo o gasto com Educação (0,4%)
Todo o gasto com bolsa família (0,4%)
TODAS as despesas com legislativo e Judiciário (0,4%)
TODO o gasto com investimento (0,7%)
TODO o gasto com subsídio (0,5%)
Todo o gasto com seguro desemprego (0,6%)

E por ai vai. Segundos dados do IPEA Para diminuir o orcamento em 13% do PIB, teriamos que cortar TUDO, menos juros e previdencia social. E quando eu falo TUDO, e tudo mesmo.

E os gregos estao botando o pais abaixo por causa de congelamento nas aposentadorias. Mal sabem eles...

Pois bem. Meu proximo topico sera sobre o segundo problema. Como aumentar a competitividade????