quinta-feira, 2 de julho de 2009

Novo hot indice - Mercado negro de IOUs californianos

Oi pessoal, após um longo período inerte, parece que a Califórnia vai dar realmente o que falar. O prazo para um acordo legislativo sobre o Deficit de mais de 20 bilhoes de dolares não foi aceito. Esse deficit irá aumentar nas casa de um dígito nos proximos 2 meses, e na casa dos dois dígitos daí por diante.

Já é um shortfall comparavel ao valor de mercado de grandes bancos nacionais. O que me chamou mais a atenção não foi o valor do deficit, mas a impossibilidade de negociar uma saída. Já fazem meses que republicanos e democratas discutem, mas não chegam a um impasse.

O Resultado disso? O Estado quebrou. A oitava maior economia do mundo nao tem mais dinheiro para pagar suas contas, espera um buraco ainda maior, e o que é pior, a instituição legislativa nao consegue andar.

IOU's (algo como notas promissorias que pagam juros)estão começando a serem emitidas. Não estou falando de uma previsao de emissao, estou falando da realidade. Já começaram. Novamente o governo intervencionista cai numa falácia histórica, que parece que nunca vao aprender: Dinheiro não é capital.

Imprimir dinheiro (como o FED), ou imprimir IOU (como a california) é jogar gasolina para apagar o fogo. É confiscar dinheiro, pois o dinheiro impresso derruba o poder de compra do que já existe. O primeiro a pegar esse dinheiro (o banco) vê sua renda aumentar, com estabilidade de preços. Esse dinheiro vai circulando, até chegar no ultimo, que vai receber a grana com os preços lá em cima.

E isso tudo sob o pretexto de direitos para o povo. Sempre que um Estadista falar direitos para o povo, leia-se direito para mim.

Como comentei há alguns meses, a islandia era o microcosmo dos EUA. A California tambem, mas a california nao pode imprimir dinheiro. Pode imprimir notas promissórias. Teremos 2 caminhos a ser seguidos:

1) Redenção pelo tesouro norte americano. Desse jeito esse medio problema é absorvido pela instituição gigante, e parece que nenhum dano foi feito. (talvez pareça, se somarmos o TARP, TALF, compra de titulos e outros programas cosonantais feitos sob medida para nao serem agradaveis na imprensa

2) A Califórnia que se vire. Imprimir dinheiro nao gera riqueza, e um novo equilibrio tem que ser encontrado, pelo mercado privado. O mercado negro de IOU's inevitavelmente virá a tona para reestabelecer o equilibrio. O governo paga um IOU de 1 dolar, que vale 50 cents. De repente, o Brasil parece um safe haven na proteção do indivíduo.

O mercado negro destes IOU's só seria evitado com o rapido pagamento destes. Mas com uma projeção de deficits mensaia na faixa dos 10 bilhoes de dolares, parece que eles vieram para ficar.

Claro que, historicamente, tal feito nunca deu certo. Tentaram fazer algo semelhante na guerra de secessão, e foi um desastre. Mas foi uma medida desesperada. Estamos em tempo de paz.

Isso vai criar um impasse para o governo federal, que terá que responder a pergunta "Vamos resolver todos os problemas imprimindo dinhreiro???". Se sim, estamos caminhando para um colapso monetario nunca antes visto pela humanidade. Parece que viveremos a época de ouro da hiperinflação no brasil, mas com o dólar. Estes efeitos seriam inimaginaveis. Se não estamos caminhando para um colapso da produção economica, tambem nunca antes visto.

Pela primeira vez no mundo, a recessão é global. A taxa de juros 0% é global. A IMPRESSAO de dinheiro é global. Conquistamos nossa estabilidade financeira a duras penas, seguindo as ordens do FMI que foram solenemente ignoradas pelos grandes players.

Previsões? Estamos vendo um furacão chegando, e as pessoas querem fazer previsoes de onde os carros serão jogados. A atitude mais sóbria a se fazer é correr para o abrigo. Ouro, Eletricas, Saneamento básico, Renda fixa. Lembrem-se da lição mais importante que aprendi no mercado financeiro: O mercado financeiro nao é jogo de ganhar. É jogo de não perder.

Essa impressão toda de dinheiro e baixa de juros só fez aumentar o preço dos ativos. É questão de tempo que se espalhe para preços de produtos, e quando isso chegar, vai ser o deus nos acuda. E o Ouro vai seguir seu papel milenar. Desde que aprendemos a falar ele é reserva cambial, e o Nixon em 71 veio dizer que os tempos eram outros. Ledo engano.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Passou a crise!!

O cenário atual é classico. Um boom de crédito faz todo mundo parecer ser rico, dinheiro fácil com juros que nao tem nada a ver com a taxa de poupança inunda o mercado. Os bancos alavancam esse dinheiro e parece que todo mundo nasceu pra ser milionário.

Até que vem o crash. De repente as pessoas nao conseguem pagar as dívidas do boom de crédito (poucos associam a ideia de que crédito fácil é exatamente a mesma coisa de endividamento fácil). Elas precisam agora juntar dinheiro, e, com isso, empregos do tipo garçom de restaurante de luxo desaparecem.

Essa é a recessão. A recessão é um momento de sanidade, onde todo mundo tem que curar a ressaca da festa anterior. Isso para uns. Para outros nao. Neokeynesianistas no poder entendem que quando uma recessão chega, devemos gastar mais dinheiro, pra manter os excessos que nos levaram ao endividamento. O Banco Central baixa os juros, o governo compra ativos, e temos um outro boom (embora menor que o primeiro).

O exemplo é facil de entender quando levamos em conta um cidadão. Num boom de crédito, abaixam o juros de seu cartão e aumentam o limite. O sujeito gasta e se endivida como louco. Chega uma hora em que ele nao pode mais pagar. Sua mae diria que é hora de poupar e pagar suas dividas. Isso leva a uma queda no seu padrao de vida, mas é necessária;

O governo pensa diferente. O governo abaixa os juros do seu cartao e aumenta o limite. e diz "Gaste. Só gastando voce pode ajudar a economia".

Basicamente foi isso que aconteceu nos ultimos meses. Dezenas de trilhoes de dolares foi injetado, e o viciado teve mais uma dose da sua droga, e se sente bem. O que nao quer dizer que sua saude melhorou.

Agora que os meios convencionais acabaram, e mesmo os nao convencionais, resta nos perguntar de onde virá o proximo "estimulo". Seria imprimindo dinheiro pra comprar dívida?

Recessão tem dois caminhos a se seguir. O primeiro, responsavel, leva a desemprego, queda no pib e posterior reestruturação da estrutura de produção. O segundo, leva à impressao de dinheiro que resulta em inflação. Em 29 escolheram a primeira opção. Hoje escolhemos a segunda.

Ainda é cedo para saber se estamos estourando a bolha de 2001, ou a bolha da década de 70. Deus queira que seja a primeira. Caso seja a segunda, estaremos viajando por mares NUNCA dantes navegados, e veremos a poupança mundial virar pó. O rei estará nu.

terça-feira, 10 de março de 2009

Documento confidencial da AIG para reguladores

AIG needed immediate help from the Federal Reserve and Treasury to prevent a “catastrophic” collapse that would be worse for markets than the demise last year of Lehman Brothers Holdings Inc., according to a 21-page draft AIG presentation dated Feb. 26, labeled as “strictly confidential” and circulated among federal and state regulators.


Endereço do documento "estritamente confidencial": http://www.scribd.com/doc/13112282/Aig-Systemic-090309

Acho que nem o apocalipse da bíblia é mais catastrofico que esse documento de 21 páginas.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Poker chinês

Luo Ping, a director-general at the China Banking Regulatory Commission, said after a speech in New York that China would continue to buy Treasuries in spite of its misgivings about US finances.

Mr Luo, speaking at the Global Association of Risk Management’s 10th Annual Risk Management Convention, said: “Except for US Treasuries, what can you hold?” he asked. “Gold? You don’t hold Japanese government bonds or UK bonds. US Treasuries are the safe haven. For everyone, including China, it is the only option.”

Mr Luo, whose English tends toward the colloquial, added: “We hate you guys. Once you start issuing $1 trillion-$2 trillion [$1,000bn-$2,000bn] . . .we know the dollar is going to depreciate, so we hate you guys but there is nothing much we can do.”


Do Financial Times. Meio grosseiro para quem ocupa um cargo tão importante não? Num mundo onde sutileza é "A" palavra de ordem na hora de declarações oficiais, um chinês (famosos pelo seu bom humor)tira uma brincadeira dessas. "We hate you guys, eu sei que o dólar ta na merda, mas vamos continuar comprando só ele, fazer o que né?".


O governo chinês tem a carta na manga que pode fazer o que quiser dentro do país dele, que vamos demorar muuuito para saber. Para que anunciar um plano trilionario e subir instantaneamente as commodities e os transportes. Pelo blefe muito mal dado em New York, e a vaguidez acerca dos pacotes de seu governo, ele pode ser bem maior do que se espera.

Má notícia para o dólar, que vai carregar tudo nas costas..

Considerações sobre o caso Embraer e a inversão da ordem dos direitos fundamentais no Estado tupiniquim

Esse caso da Embraer foi a decisão mais alienada que já vi em um órgão do judiciário. A íntegra da decisão está em www.trt15.jus.br (número 309 2009 000).

É o caso extremo do magistrado que nunca teve um negócio na vida, e provavelmente virou juiz durante a transparente ditadura militar. É difícil cobrar de uma pessoa que sempre passou a vida tendo a palavra final em um órgao público, que entenda a dinâmica do capitalismo. Esquecendo toda a teoria e evolução dos direitos fundamentais, onde os direitos e garantias individuais são ANTERIORES aos coletivos, o ilustre desembargador cai na armadilha populista que f%#$ o nosso país desde Getúlio Vargas: Garantir direitos a um grupo limitado da sociedade, sem ter noção que os prejuízos coletivos serão muito maiores do que os benefícios advindos do direito efetivado ao pequeno grupo.

Um dia os políticos e magistrados ainda vão aprender que efetivar os 6º e 7º artigos da carta magna (que garante os direitos sociais - direitos em que o Estado tem que agir para efetivar) atropelando o 5º (direitos e garantias fundamentais - direitos em que são efetivados pelo não-agir do Estado), embora soem agradáveis aos ouvidos do nosso povo, são a atitude mais destrutiva e ameaçadora ao Estado Democrático de direito.

No final das contas, pode-se reduzir o problema (perdendo um pouco da complexidade claro) à pergunta: O que deve ser colocado em primeiro plano: Liberdade ou Igualdade? Experiências modernas apontam que quando a igualdade é colocada em primeiro plano, em detrimento da liberdade individual, nasce um Estado corrupto, demagogo e populista (embora o bloco oriental seja o exemplo extremo disso, nós, da America Latina, tambem somos).

Infelizmente nosso texto constitucional é tão prolixo que não é dificil justificar qualquer pitaco judicial, com dezenas de referências à Lei Maior. Veja o exemplo que se discute: O magistrado fundamentou sua decisão em convenções internacionais e príncípios da república. Nossa teoria (e jurisprudencia) de fundamentação jurídica atual deixa margem para que QUALQUER decisão populista esteja firmemente fundamentada no "princípio da dignade humana".

O Art. 5º, que, a princípio, deveria ser o mais importante da Constituição, que foi o próprio objetivo de se fazer uma constituição, serve para limitar o que o Estado não pode fazer com o indivíduo. ele garante a "iviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade". Se passou por cima desse trecho (minha constituição, contando com as emendas e as disposições transitorias, tem mais de 200 páginas. Jogaria de bom grado 199 delas e deixaria somente esta frase).

O Doutor desembargador Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva atropela esse trecho fundamental da constituição e afirma : "No entanto, o poder diretivo do empregador, consubstanciado na possibilidade de rescindir unilateralmente os contratos de trabalho dos empregados, não é absoluto, encontrando limites nos direitos fundamentais da dignidade da pessoa humana". Gostaria de chamar todos que lessem esse texto a pensar sobre o perigo deste entendimento. Imaginem para onde podemos ir, depois desse precedente.

Imaginem a cara do presidente da Embraer se perguntando "Como assim eu não posso demitir?? Onde é que eu estou??"

domingo, 1 de março de 2009

Subsídios da semana

Esta semana parece ser folhosa para as novas empresas do governo federal dos EUA. A AIG solta amanhã seu balanço trimestral, acompanhado do já tradicional bailout-que-acompanha-o-pior-resultado-de-todos. Vai-se relaxar as exigências, dar mais dinheiro, essas coisas... O Wall Street Journal fala em 60 bilhões de perdas no semestre, ou aproximatamente 2 bilhões a cada 3 dias. E tem gente que fala que a guerra no Iraque que é cara.. pff

Pelo menos caminho, a Fannie Mae divulgou seu resultado e se encontra com 12 bilhões de dólares no negativo. Como ela é a peça fundamental do novo housing plan do presidente pródigo, não há muitos problemas em prever o que vai acontecer. O tesouro já se comprometeu a comprar mais 100 bi de dólares em ações.

General Motors também vai querer mamar um pouco do governo essa semana. Anunciou um prejuízo de US$ 9.6 bi de dólares no último trimestre. Ou seja, um pouco mais do que US$ 100 milhões de prejuízo por dia (incluindo aí sabados, domingos e feriados). Se encontra no limite do dinheiro que precisa para poder continuar a manter uma empresa que perde 100 milhões por dia. Embora seja evidente que, economicamente, a melhor coisa a fazer seria se desfazer desse trambolho, é dificil, politicamente, assumir que se jogou algumas dezenas de bilhões no ralo.

Bem, a pergunta que fica é: O deficit record do presidente Obama prevê mais 250 bilhões de dólares para emergências. Pelo que parece, só as "emergências" da última semana de fevereiro e do mês de março podem somar mais do que 250 bilhões. O ilustre queria um orçamento transparente e real, mas não me surpreenderia se ele aumentasse algo na casa dos trilhões de dólares, durante seu curso.

É a dieta Obama para o tio Sam (do economist. Espero que não se importem):

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Como matar milhares de bancos saudaveis, com uma cajadada só

Finalmente saiu hoje mais detalhes do plano de ajuda aos bancos. Os 20 (ou 19, dependendo da fonte) bancos com mais de 100 bilhões em assets serão cuidadosamente monitorados, e será injetado capital neles se mostrarem sinais de fraqueza. Assim manter-se-á a "estabilidade" do sistema.

Exemplo digno de livro-texto de economia: "Como matar o livre comércio com ajuda estatal". Primeiro se pega bancos quebrados com trilhões de dolares em bad assets. Depois se injeta dinheiro do contribuinte nesses bancos, porque sao "too big to fail". Depois disso, num golpe derradeiro, afirma-se que somente estes bancos irão receber tanta atenção do governo.

Primeiro há o problema óbvio de comprar ações de bancos quebrados com dinheiro impresso. Todo mundo que tem dólar no bolso (ou seja, todo mundo), agora é acionista compulsório do Citigroup e derivados. Mas pior que isso, são as consequencias da interferencia estatal no livre mercado. Sem se meter em teorias econômicas, fica a seguinte pergunta: Imagine que você vive num país onde se está quebrando dois bancos por semana. Você deixa seu dinheiro depositado num banco pequeno, mas altamente saudável e responsável. Ai o governo informa que vai monitorar a saude apenas dos bancos grandes, para injetar capital se for preciso. Onde você depositaria seu dinheiro no outro dia?? A atitude do governo dos EUA de manter a estabilidade economica acaba por matar todos os outros 7800 bancos, grande parte deles muito mais saudaveis que esses gigantes buraco negro de dolares.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A morte dos preços e do livre mercado

Nos idos tempos de setembro, com a nacionalização da Fannie Mae e Freddie Mac, me lembro de ter tido umas conversas bem produtivas com umas pessoas que infelizmente não apareceram mais pelos foruns de discussões. E, por mais apocaliptica que essas conversas eram, a situação hoje está pior do que a que foi pintada.

Ao que parece, o livre mercado sofreu serios golpes, e uma das principais ferramentas economicas está sendo eclipsada: Os preços. Explique-se: Em um capitalismo de mercado, os participantes são livres para concorrer entre si, e oferecer preços que reflitam a realidade. Assim, se se oferece uma hipoteca a 6% de juros, é porque os participantes do mercado entendem que esse é o menor preço possível de ser oferecido, levando em consideração o custo-beneficio. Ou seja, em um mercado livre, os participantes tentam ao máximo precificar certo as coisas, pois qualquer deslize comprometerá seus lucros, e consequentemente, o bem estar do participante e de seus dependentes. O preço surge como uma poderosa ferramenta de alocação de recursos e de pessoal. Assim, se, por exemplo, o preço do arroz sobe, mais pessoas produzirão o arroz. Se a procura por hipotecas sobe, os seus juros tambem sobem, e as pessoas estarao inclinadas a investir la seu capital ocioso. Tudo perfeito.

Já num planejamento central, os preços são ditados pelos políticos. Estes políticos que dizem quanto vai ser produzido de cada coisa, e a que preço. Como eles recebem um salário, seu bem estar nao está ligado ao sucesso de seu trabalho, e erros sao cometidos. Preços sao fixados por razoes politicas, e nao economicas, comprometendo a produtividade. Na União Sovietica todos tinham emprego, mas todos eram pobres. Se a procura do arroz sobe, seu preço continua o mesmo, e filas se formam nos supermercados. Não há estimulo para mais produção de arroz.

Há 20 anos os EUA declararam como morto o planejamento central e sua ineficiência, e declararam o livre mercado como vencedor da guerra fria. Duas décadas depois, estamos vivendo uma ironia surreal que nem o Woody Allen seria capaz de imaginar. No mundo capitalista desenvolvido, os bancos foram nacionalizados. Alguns de direito, outros ainda de fato, mas nacionalizados. Agências hipotecarias tambem. E as montadoras recebem instruções do governo para continuar a receber emprestimos. Vamos à consequencia lógica das ações que o george bush disse que foram necessarias para se salvar o "mercado livre".

1) Não há mais preços. Se injetou trilhoes de dolares no mercado, que distorceu todos os fundamentos. O Spread bancario, o hipotecario, todos estao sendo mantidos a taxas artificialmente baixas. O governo usa o dinheiro do controbuinte para tentar voltar ao status quo, mas ante o exposto, é obvio que o dinheiro do contribuinte é pior que o do mercado privado (mercado esse que sabiamente se mantes longe desse boom).

2) Decisões de alocação de capital não são mais econômicas, mas políticas (http://www.telegraph.co.uk/finance/financetopics/financialcrisis/4787844/07am-tues-14billion-Northern-Rock-mortgage-deal-will-not-help-first-time-buyers.html). Não mais se aplica capital porque se dá lucro, mas porque os políticos acham que "as pessoas precisam". Isso resulta em juros populistas, onde pessoas que nao deviam pegar emprestmos pegam. Consequencia: Um rombo enorme está porvir, no orçamento desses países.

3) Competição entre governo e capital privado. O capital privado não tem condições de concorrer com o capital estatal. É desleal, o governo tem uma máquina de imprimir dinheiro. Imaginem o mundo bancario dos eua, com seus milhares de bancos. Imagine que você tem dinheiro depositado em alguns desses bancos. Agora, o mundo começa a cair, os bancos a quebrar, e uma meia duzia de bancos recebe ajuda direta do governo, porque sao muito grandes para quebrar. Os bancos menores não. Você deixaria seu dinheiro nesses bancos menores?? A Assimetria sendo criada pelo governo dos EUA vai ser um pe na cova justamente naqueles bancos que nao precisam de ajuda.

Agora, o cidadao do maior mercado livre do planeta, hipoteca sua casa com dinheiro do governo, vai no banco do governo e pega dinheiro emprestado pra comprar um carro do governo. Produtivo, não?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

28 de janeiro de 2009

Acho que o mercado de novo fechou os olhos, e não entendeu bem os detalhes do último pronunciamento do FOMC. Considerando que, segundo o próprio Alan Greenspan, a regra de ouro do FED é "primeiro, não piore as coisas", devemos ter em mente que qualquer indireta negativa deve ser levada a sério, não como uma possibilidade, mas como uma medida inevitável. o Federal Reserve NUNCA vai tornar público idéias de medidas enquanto não tiver certeza que vai efetivá-las. As possibilidades, então, devem ser entendidas como decisões já tomadas. Veja-se tradução das sutilidades do Federal Reserve:



"Information received since the Committee met in December suggests that the economy has weakened further. Industrial production, housing starts, and employment have continued to decline steeply, as consumers and businesses have cut back spending. Furthermore, global demand appears to be slowing significantly" (A coisa está tão horrível que nós temos que dizer que está horrivel para ninguem nos chamar de distraídos.)


"Conditions in some financial markets have improved, in part reflecting government efforts to provide liquidity and strengthen financial institutions" (Nós jogamos tanto dinheiro, que alguns setores não entraram em colapso ainda.)


"nevertheless, credit conditions for households and firms remain extremely tight". Esse texto é MENTIRA. Os juros hipotecarios nunca estiveram tão baixos (devido a ações do FED que serao citadas logo mais). O problema é que ninguem quer comprar casas devido à economia. Aqui, o FED tira o foco da economia em declínio e foca as condições de crédito. Como o foco das ações trilionarias do FED é aumentar o crédito, isso dá a impressão que se está agindo certo para resolver o problema.


"The Committee anticipates that a gradual recovery in economic activity will begin later this year, but the downside risks to that outlook are significant." (vamos, só pra animar os animos, dizer que a economia vai começar a melhorar no final do ano, mas queremos deixar bem claro que não botamos uma unha no fogo nessa previsão)


"In light of the declines in the prices of energy and other commodities in recent months and the prospects for considerable economic slack, the Committee expects that inflation pressures will remain subdued in coming quarters. Moreover, the Committee sees some risk that inflation could persist for a time below rates that best foster economic growth and price stability in the longer term.

The Federal Reserve will employ all available tools to promote the resumption of sustainable economic growth and to preserve price stability"
(Os preços estão caindo, e isso não é nada bom. Vamos tomar TODAS as medidas necessárias para lutar contra essa deflação. Como? Resposta está abaixo)


"The focus of the Committee's policy is to support the functioning of financial markets and stimulate the economy through open market operations and other measures that are likely to keep the size of the Federal Reserve's balance sheet at a high level. The Federal Reserve continues to purchase large quantities of agency debt and mortgage-backed securities to provide support to the mortgage and housing markets, and it stands ready to expand the quantity of such purchases and the duration of the purchase program as conditions warrant" (vamos continuar aumentando nossas balançar, e vamos continuar a imprimir dinheiro e comprar os piores assets do mundo a preço superior ao do mercado. Vamos continuar tambem a comprar títulos lastreados em hipotecas no meio do pior downturn desde a depressao de 29. Estamos tambem pronto para aumentar esses programas (o FED já tem uns 3 trilhoes em titulos), bem como a duração deles, o tempo que for necessario.)

"The Committee also is prepared to purchase longer-term Treasury securities if evolving circumstances indicate that such transactions would be particularly effective in improving conditions in private credit markets" Esse é o mais importante de todos. LEiam com atenção. Com esse singelo parágrafo, que ninguem deu a devida atenção, entramos para o novo capítulo da depressão inflacionária. O FED não tem dinheiro pronto. O FED tem uma impressora de dinheiro. Várias, alias. Com este parágrafo, temos uma confirmação cabal de como vai ser financiado os trilhoes do perdulario Obama. Funciona assim: O Obama cria 1 trilhao em treasuries, e o FED compra, com dinheiro impresso, para, mais tarde, recomprar esse dinheiro, "quando a crise passar". Desse jeito, se aumenta a dívida e nao aumenta o juro. Na prática, isso implica em um aumento bruto do money supply, gerando inflação. Como foi citado no paragrafo anterior, o FED vai tomar todas as atitudes necessarias para conter o "fantasma" da deflação (fantasma esse, que quando se analisa as crises anteriores, chega-se a conclusão que não existe, pois a deflação ajuda ao retorno do equilibrio. Na verdade, acredito que a única explicação de jogar pedra na deflação é legitimar impressão de dinheiro em épocas de aperto). Bem, como minha memória é fraca, gostaria que algum leitor dissesse uma crise mundial onde imprimir dinheiro resolveu o problema. Na verdade, ficaria satisfeito com um unico exemplo de que imprimir dinheiro só piorou pouco, em vez de acaraiar a situação de vez.

The Federal Reserve will be implementing the Term Asset-Backed Securities Loan Facility to facilitate the extension of credit to households and small businesses. The Committee will continue to monitor carefully the size and composition of the Federal Reserve's balance sheet in light of evolving financial market developments and to assess whether expansions of or modifications to lending facilities would serve to further support credit markets and economic activity and help to preserve price stability. Vamos continuar imprimindo dinheiro e comprando todos os assets ruins que foram feitos, e estão a ser feitos.





Agora que explicamos ao texto, vamos à minha singela opinião sobre os rumos da economia, com alguns devaneios de uma degeneração da estrutura estatal que é o banco central, nos moldes de hoje.

Fiquei totalmente liquido essa semana passada. Estava em ações defensivas, mas acho que até pra elas a coisa vai ficar preta. Não acertei o timming 100%, pois o ibov até subiu um pouco depois disso, mas acho que o momento foi bem oportuno. Com essa declaração, o FED abriu as portas da impressora de dólares. Não só vai dar dólares com cheirinho de novo para o governo OBAMA, como tambem vai comprar os piores títulos do mundo, a preços maiores que o justo, pois eles são tao ruins que nao possuem nem preço de mercado. E o Bernanke falou que compra-los ao preço que uma pessoa que nao tem uma maquina de imprimir dinheiro pagaria seria "ruim para os mercados".

Como eu falei em posts anteriores, a atenção pública se volta ao TARP e às atitudes do governo OBAMA mais do que ao FED. Não posso deixar de dar meu pitaco sobre isso. Constitucionalmente, o legislativo é quem controla o cofre do Estado. É assim nos Estados Unidos e nos outros Estados modernos, até porque a maioria tomou a constituição americana como modelo. A Constituição americana teve fatoros historicos unicos, como um povo educado, capitalista e sem grandes tradições, que permitiu criar uma constituição com rigor cientifico, sem se apegar aos costumes, já que o país era novo. Devido à isso, ela é um exemplo de carta magna. Essa competencia do legislativo (senado e congresso), no entanto, remonta à Inglaterra. Lá esse poder era exercido por lordes e gente com dinheiro, que emprestava dinheiro ao Rei em caso de necessidades. Aí a evolução historica. Hoje o legislativo que controla a emissão de dinheiro. Não é o executivo, que é um homem só. Os cofres do Estado é controlado por um órgao com centenas de pesssoas, que exprime as ansias da sociedade.

Tal modelo, no entando, não previu o sistema bancario, muito menos um sistema bancario onde um banco central tem o monopolio de emitir moeda. O FED não está previsto na constituição americana. Hamilton nunca imaginaria um banco central nos moldes que é hoje.

Isso gerou uma anomalia no sistema democratico. Esse órgão "novo" está criando programas trilionários de empréstimo, onde, na prática, está dando dinheiro, pois ele nunca vai pegar esse dinheiro de volta. Sem a menor tranparencia. Isso sem falar que essa declaração que vai comprar o tanto que for necessário de assets estimula uma industria que já se mostrou ser a maior ameaça à estabilidade do país e quiçá mundial. Osama bin Laden deve estar pensando "uau. E eu me achava o bam bam bam pq destruí um prédio"

E agora ele deixou bem claro que vai imprimir dinheiro pra financiar as novas emissões de dívida dos EUA, para não aumentar os juros. E, se vocês lerem meus posts anteriores, verão que transparencia nao é o forte do FED.

Como o povo americano deixa isso? A resposta é que, formalmente, não se está criando dinheiro. O FED está comprando dívida e pagando com dinheiro. Teoricamente sai tudo no 0x0. A prática é outra...

Isso teoricamente iria permitir o OBAMA financiar seus programas, sem aumentar os juros pagos pra pegar dinheiro emprestado. Eu digo isso "teoricamente", pois o mercado pode parecer estúpido, mas sempre tem uns bem antenados. Os juros da divida de 30 anos já subiram quase 1% após a mínima de 2.56% (se não me engano). Isso pode parecer pouco, mas não é. Uma hipoteca de 5% de juros ou 6% faz uma diferenca enorme no final.

Isso foi só a reação dos mercados à possibilidade acima descrita. O desenrolar da história sugere que isso é só o começo. Os países nem começaram a gastar suas reservas ainda. A desalavancagem arrecefeu, e a demanda já nao supre a oferta de treasuries por vir.

Para quem falava que a crise está passando, acho que ainda não viram nada. Aguardem os proximos capitulos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Teatro dos Estados Socialistas da América

Estava procurando dados sobre esses planos do FED e do tesouro, saber quanto dinheiro foi gasto e tal. Para minha surpresa, não achei os dados que eu queria, e vi que não há muitas pessoas querendo saber como um trilhao de dolares está sendo gasto. O relatorio do TARP é uma piada, e não traz nem os dados que os jornais trouxeram. Olhem o seu resumo (se tem como resumir isso) numa peça tragicômica encenada no improviso em rede mundial de televisão:

Diálogo em um teatro dos Estados Socialistas da América:

(Televisão filmando, o mundo caindo, e O secretário de Tesouro dos EUA convoca uma entrevista para dizer o que ele fará da economia.)

(entram os atores)

Banqueiro: "Mê dê agora um trilhao de dolares, Senão o mundo acaba"

Paulson: "Tome"

TaxPayer: "Heyyyy, aonde está indo meu dinheiro"

Ben Bernanke: "Sinto informá-lo, mas é confidencial. Se eu falar o mundo acaba"

Industria automobilistica:"Preciso de dinheiro agora. Senão o mundo acaba"

Paulson: "Tome alguns bilhões adiantados, daqui a uns meses você me dá um relatório dizendo se tinha realmente condições de continuar. Ah, aproveita e manda suas financiadoras falarem com a gente. Vamos transforma-las em bancos, é só dizer que estamos em "situações extraordinárias". Tem muita coisa rolando pros bancos ai viu (piscadela)!! Faremos uma promoção e emprestaremos (daremos) dinheiro pra esses novos bancos, assim eles emprestarão a juro 0 e o taxpayer arcará com os ônus"

TaxPayer: "Cade meu dinheiro PORRA!!!"

Paulson: "Pqp, que cara chato. Já falei que não posso dizer senão o mundo acaba. Vou te dar uma colher de chá. Toma esse relatório ai:"

Taxpayer entao abre um relatorio bastante completo. (http://www.cbo.gov/ftpdocs/99xx/doc9961/01-16-TARP.pdf)

O documento possui 12 páginas. Destas, 4 estão em branco, uma contem o endereço do congresso, uma a capa, e outra o índice, restando, assim, 5 singelas páginas de "conteúdo". O grosso do programa, consiste em comprar ações de empresas decididas pelo secretário do tesouro, que não tem que justificar suas decisões. Na prática são empréstimos de 5% nos primeiros 5 anos, que viram 9% nos anos seguintes. Bom, ele pondera que, considerando que são companhias que foram salvas de um "colapso" (e as aspas estão aí porque na época parecia um colapso. Hoje aquela situação seria um mar de flores), deve haver garantias muito rígidas quanto ao pagamento desde dinheiro, não? Depois imagina que isso deve ser melhor esclarecido no final do relatório.

Quando ele começava a achar que algo estava errado, vê a seguinte tabela:



(178 bilhoes de dolares em 214 instituições diversas, 40 pra AIG, 20 para o Citigroup, 5 para a GMAC (ex financiadora de carros e agora banco), e 4 para a industria automobilistica)PONTO).

Ao lado, o "percentual de subsídio", obra de um burocrata que merece palmas por cunhar um termo tão bonito para "dinheiro total perdido". Até agora 25%, em uns poucos meses.

TaxPayer: "AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA"

(As luzes se apagam. Taxpayer sai chorando, mais figuras sinistras se juntam aos banqueiros, cada um querendo sua parte de um dinheiro tão transparente. Quando tudo está caótico, começa a tocar a nona sinfonia de beethoven, 3 movimento. Os murmurinhos param, as luzes ficam mais claras, cantos de pássaros são ouvidos. Paulson sai do palco e entra uma figura negra, imponente, olha para o Taxpayer chorando, pega sua mão e diz: "Yes, we can". Quando ele para com as lágrimas, o homem seca suas lagrimas com as mãos, o poe de pé e confiente, e sai andando. A música para, as passaros somem, as luzes voltam ao normal. E entao ele vai conversar com os banqueiros, que estão recomeçando o murmurinho.)


Fim do ato.
(como será a segunda parte?)



Esse é o relatório do TARP. Tem como ser mais elucidativo? Não só os keynesianos anglicanos estão dando uma aula nos populistas latinoamericanos, mas seus burocratas estão fazendo manobras que fazem Zé Dirceu parecer um trombadinha de sinal.

Introdução feita, olhem que interessante. Por um momento dá impressão que estamos vivenciando a maior fraude já feita: Enquanto a crise mundial solapa os bancos e países que tem uma grande parcela de sua economia dependente deste setor, algo muito gozado aconteceu com os países do conglomerado bancário do caribe.

No período de Maio até Novembro do ano passado, a quantidade de treasuries que esses países são donos subiram mais de 110%, indo de 104.5 para 220.8 bilhões (http://www.treas.gov/tic/mfh.txt). Esse conglomerado inclui "Bahamas, Bermuda, Cayman Islands, Netherlands Antilles and Panama". Fazendo uma rápida pesquisa no google, vê-se que esse incremento é maior que o pib desses países juntos, multiplicados duas vezes.

Obviamente pode haver uma ótima explicação para isso, por isso pergunto a você, caro leitor, e espero sua resposta. Preciso dela porque não vou acusar ninguem sem esgotar as possibilidades: "Na época em que se materializou a maior crise bancaria que as pessoas que estão vivas já presenciaram, o que de lícito pode ter acontecido em um conjunto de paises que só tem bancos, hoteis e bares à beira mar para, nos seis meses desencadeadores da crise, aumentar suas contas bancárias numa quantia igual à soma de tudo que eles produzem em dois anos??". Se me falarem em janeiro do ano passado que viveriamos o que estamos vivendo, eu teria dito que todos eles quebrariam. Whatever... QUEM GANHAR VAI GANHAR UM LOTE DOS R$ 200.000.000,00 DA NOVA SAFRA DE AÇÕES DA TELB4, EMITIDAS PARA (eleger a baranga do lula) REFORMAR A BANDA LARGA ESCOLAR DO BRASIL!!

Não sou jornalista de nenhum jornal importante, mas se fosse, iria atras desses trilhoes dados pelo governo dos EUA, porque tenho a impressão que uns trocados estão sendo desviados. Ops, a Bloomberg tentou fazer isso. Que disseram à ela mesmo?? Algo como "Não posso. Divulgar isso ia acabar o mundo".

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

15 de janeiro de 2008

Desenferrujando as engrenagens do blog, vou tentar fazê-lo funcionar de novo, pra recapitular um dia deveras interessante, que eu acho que hoje houve eventos que não receberam sua devida importância histórica. Olhem só que dia agitado:

Na expectativa do resultado do Citi amanhã, e o Bank of America semana que vem, o mercado abriu com queda de 20% em cada. Depois, os pródigos congressistas norte-americanos apresentaram um cheque no total (em nossa moeda tupiniquim para fins de comparação) R$ 2.803.550.000.000,00. Se todos os brasileiros guardassem todos os suprimentos, de tudo o que precisassem, e trabalhassem por um ano inteiro, não chegaríamos nessa cifra. Se nós pegássemos a dívida pública e duplicassemos, tambem não alcancariamos esse valor.

Dos US$ 1.150.000.000,00, O TARP é responsável por US$ 350.000.000,00. Trezentos e cinquenta bilhões livres para continuar o projeto tapa-remendo do tesouro. Não é de se imaginar porque o Citigroup e o Bank of America aliviaram suas cotações no decorrer do dia. O restante, US$ 825.000.000,00 vai para o pacote de Obama, que vai livrar nós todos da crise.

Bastante dinheiro, hein? A notícia fica mais interessante ainda quando lembramos que o orçamento anual do do governo é um deficit de 1.2 trilhoes de dólares. Esse deficit é o maior da história, chegando a 8% do PIB, mais que o suficiente para abaixar o rating de qualquer país do mundo (exceto os USA) e deixá-lo ao lado de junk bonds. Apesar de já estare em quase 500 bilhoes esse deficit (o ano fiscal comecou no 4 trimestre de 08), o congresso consegue, com um dia só, tratar de mandar imprimir dinheiro pro ano todo.

E isso não para por aí. O governo da California, vulgo "oitava economia do mundo", expedirá promessas de pagamento já no mês que vem, caso não aconteça um milagre. É o equivalente da insolvencia de um Brasil no coração dos EUA. MAis dinheiro federal à vista!

Por outro lado, o FED, em somente um de seus programas de adotar políticas contra a gravidade e conter o estouramento de uma bolha, gastou US$ 23.4 bilhoes somente hoje, na compra de assets lastreados em hipotecas, levando os juros à menor taxa histórical. Tudo parte de um "plano" que já gastou mais de US$ 100.000.000.000,00, e pode gastar 570 bilhoes a mais (não no total, mas a mais) este ano. Isso sem contar os outros planos trilionários que emprestam dinheiro tendo como garantia um asset qualquer.

Todo cidadão dos EUA, e, por tabela, todas as pessoas que possuem alguma coisa em dólar, é cotista do maior e mais furado hedge fund do mundo.

Ficam duas perguntas no ar:

1) Como diabos as agências de rating, e o próprio Mr. Market (a julgar pelos yields), consideram os Estados Unidos e sua moeda como o lugar mais seguro do mundo??

2) Quem, no meio da pior crise de crédito vai querer emprestar todo esse dinheiro para os americanos? 1.2 trilhoes de dolares é o dobro de todos os treasuries que a china. Não só é uma quantia exorbitante para qualquer pessoa com bom-senso, mas vai competir com os treasuries gastos pelos países para conter a própria crise. O Alan Greenspan, no seu livro, fala que o defeito da Argentina foi fixar o peso ao dólar, e pegar dinheiro emprestado irresponsavelmente devido à essa paridade. Pois bem, tem países que não sabem olhar para o proprio umbigo.

Aprendemos realmente com a história. Se começamos seguindo os mesmos passos da crise de 29, já enveredamos por outros caminhos, com outras políticas. Se numa época de depressão pelo menos caem os preços das coisas, parece que essa vai ser um pouquinho diferente.

O mais gozado de tudo é que Enquanto isso acontecia, o ibov subia 3% com as "boas notícias". Liberaram o plano do Obama. Bola pra frente que a crise acabou. E vamo que vamo ver esse resultado do Citi.