Como todo bom carteador de ideias, ou cientista, já tenho uma opinião aprioristica, e estou apenas postando os dados empíricos convenientes para dar aquela ideia de que minha opinião não é uma opinião, mas sim uma conclusão tirada através de um método científico. (Não, isso não tem nada a ver diretamente com o tema do texto, mas escrevi esses parágrafos para os incautos que querem encontrar "verdade" ou "certeza" em ciência, qualquer que seja ela).
Vamos lá. Existem duas principais consequencias, na minha opinião, que tambem vao se tornar válidas para os bancos:
(parte um: A situação das agencias)
1- Equiparação entre obrigações da empresa e do governo : Sob a proteção do Tio Sam, novo segurador das GSE´s, um título da Fannie Mae agora é um Título do governo dos EUA. Isso quer dizer que, nas costas do Tio Sam, estas empresas tem livre acesso a qualquer capital que necessitem. Isso quer dizer tambem que qualquer inadimplência de um cidadão norteamericano gera o dever do governo de cobrir o rombo
2- Elas não são mais empresas, mas órgãos do governo : O setor de financiamento hipotecário dos EUA não depende mais de conjunturas econômicas, mas políticas. Isso quer dizer adeus à auto-regulação de acordo com o mercado. Taxas e juros de hipoteca, Assim como qualquer outra decisão da empresa agora está na mão dos políticos. Discursos como "devemos baixar os juros das hipotecas para assegurar o bem estar dos cidadãos" ou "não devemos executar hipotecas dos inadimplentes nestes tempos dificeis" virarão padrão para políticos com dois olhos nos votos e nenhum na economia.
Em reforço ao que apresentei, recentemente as duas anunciaram que vão comprar 40 bilhoes de dolares por mês de títulos podres. Não é preciso ser gênio que uma empresa como elas, que apresentaram fortes prejuízos (e inclusive quebraram), nao iriam comprar 40 bilhoes por mês de ativos que não prestam, se não estivessem na mao de políticos. Aliás, nem financiar novas hipotecas não financiaria. Essas duas respondem por quase todas as novas hipotecas, pois todas as outras empresas quebraram.O governo dos EUA, numa tentativa de forçar uma parada na queda nos preços das casas (uma tarefa tão quixotesca quanto criar uma lei para parar de chover), está, por debaixo dos panos, gastando dinheiro dos contribuintes. São 500 bilhoes de dolares por ano, só com esse plano.
(parte dois: consequencias para os bancos)
Claro que como o governo dos EUA é mais poderoso que os bancos, os bancos vao sentir mais essa "fusão" que o governo dos EUA. Os interesses dos EUA vao virar interesse dos bancos, e interesse dos bancos vao virar interesse dos EUA. Os bancos vão emprestar a juros baixos, e tentar continuar com um PIB onde 72% é consumo.
Se os juros das hipotecas baixaram, os juros de emprestimos bancarios tambem vao baixar. Agora, como está tudo assegurado pelo governo dos EUA, ninguem vai ter medo de (re)entrar no barco, e participar da festa, que já acabou, mas ainda conta com alguns bêbados que não fazem ideia de que horas são.
(parte três: Consequencias para o governo de se resolver uma crise na canetada)
O governo dos EUA, Somente este ano:
- Aprovou uma devolução de impostos na ordem de 168 bilhoes de dólares.
Aprovou um Pacote para ajudar os inadimplentes com sua hipoteca, na ordem de 300 bilhões de dólares- Comprou 89 bilões em ações da AIG e financiou a compra do Bear Sterns
- Aprovou um pacote de 700 bilhões para comprar o que quiser, de qualquer coisa, a qualquer preço que ache necessário.
2 comentários:
Todos os livros de finanças definem os titulos do tesouro americano como risco zero.Isso pelo histórico zero de inandimplência.Bem, caminhando desse jeito e gerando deficits cada vez maiores, já não confiaria que o risco é zero.Afinal pra tudo há uma primeira vez.
Pois é. Todos os paises tem um historico impecavel. Ate a primeira inadimplencia.
A inadimplencia, no entanto, nao se dara como no calote da argentina, mas impressao de dinheiro em amsssa, causando hiperinflacao e diminuicao da divida a valores irrisorios
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